A doença pode surgir a partir dos 40 anos e atinge duas em cada 10 mulheres, trazendo problemas na vida sexual, incontinência urinária e piora considerável da qualidade de vida.
Popularmente conhecido como “bexiga caída”, o prolapso genital é caracterizado pela queda da parede da vagina devido ao enfraquecimento dos músculos da região pélvica, causando o deslocamento de órgãos como útero, bexiga, reto, intestino delgado e uretra. “Existem quatro graus de prolapso. Nos mais graves, a mulher sente uma bola na região genital, que causa enorme desconforto e constrangimento. Ela passa a evitar o parceiro, já que, além da vergonha, o ato sexual pode se tornar doloroso. A doença prejudica também a qualidade de vida, uma vez que causa perda involuntária de urina”. O principal sintoma, é a sensação de uma bola saindo pela vagina. A bola é a parede da vagina caindo, o que provoca dor intensa, dificuldade para evacuar, perda de urina, desconforto na região genital e impressão de saliência na vagina.
O prolapso genital é uma doença multifatorial. “Para seu desenvolvimento, contribuem fatores sobre os quais não é possível intervir, como idade e história familiar, e outros, que podem ser alterados, como obesidade, paridade, tipos de partos e macrossomia fetal (excesso de peso do recém-nascido), assim como fatores ou patologias que aumentem a pressão abdominal, como tosse crônica e tumores abdominopélvicos”.
Segundo o estudo realizado pelos pesquisadores Andrea Moura Rodrigues e colaboradores da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), o principal fator na população brasileira foi a concomitância de um parto vaginal (normal), macrossomia fetal e história familiar positiva para distopia (localização anormal de um órgão).
O prolapso é considerado uma hérnia do conteúdo pélvico no canal vaginal e ocorre quando os músculos do assoalho pélvico se debilitam ou se danificam e não podem mais sustentar os órgãos pélvicos, que incluem uretra, bexiga, útero, intestino delgado e reto. “Incide preferencialmente em mulheres idosas e multíparas (que já teve mais de um parto). O ápice se dá entre 60 e 69 anos, porém pode ser detectado a partir dos 40”.
O diagnóstico tem relação ainda com a menopausa, diabetes, cirurgias abdominais ou vaginais prévias, retirada do útero, envelhecimento e algumas doenças musculares, neurológicas e genéticas. “Estudos mostram que, a cada década de vida, dobra a chance de a mulher apresentar o prolapso genital, sendo que 11% delas até os 70 anos precisarão de tratamento cirúrgico”.
Vale lembrar que a doença afeta também mulheres jovens. Portanto é preciso estar atenta aos sinais do corpo. Por isso é fundamental manter o peso adequado e fazer exercícios para a musculatura vaginal com indicação de um médico ou fisioterapeuta.
O tratamento varia de acordo com a intensidade de cada caso. Até recentemente, nos prolapsos mais leves, eram indicados exercícios para a região pélvica, e nos avançados, cirurgia.
Hoje, contamos com novas técnicas e tecnologias modernas. Para casos leves até moderados, pode-se realizar tratamento a laser (Fotona). Tecnologia moderna de última geração em que, utilizando laser Yag, podemos levar a uma retração da parede vaginal e tensionamento da mesma. OBS.: VER AS RESPOSTAS DOS MÉDICOS PARA A REVISTA ISTO É, COM RELACAO AO FOTONA LASER.
Além dos sintomas próprios da doença, as mulheres convivem com o medo de falar sobre a doença. E apesar de frequente, muitas a desconhecem. “É comum sentirem-se envergonhadas. Escondem e não pedem ajuda. Ou acham que é normal, consequência da idade. Mas isso é mito. O prolapso genital tem tratamento e cura. As mulheres não precisam sofrer. Bastam procurar seu ginecologista que o problema será resolvido”.